Caminhar e Sonhar Juntos o Jardim da Casa Comum
1. Aproveitando o dia 4 de Outubro, Dia de São Francisco de Assis, apresentei à paróquia o ‘sonho’ relativo às obras de que muitos sentem necessidade urgente.
Duas citações para começar: “Vai, Francisco, e restaura a minha Igreja que está em ruínas”, ouviu o santo de Assis do crucifixo da capela de São Damião. E Francisco, pensando que era das obras de reconstrução que se tratava, começou a trazer ‘tijolos e cimento’. Percebeu depois que, afinal, era a renovação espiritual da Igreja que Cristo lhe pedia. E ele assim fez.
“Reedificai a minha casa”, pede Deus ao povo de Israel através do profeta Ageu (1,8). Tratava-se mesmo de reconstruir o Templo de Jerusalém, depois do exílio. Mas o papa Francisco numa homilia, em tempo de sinodalidade, sublinhou a renovação do ser Igreja e da sua missão: “O verbo está conjugado no plural. Toda a reconstrução se realiza em conjunto, sob o signo da unidade, ou seja, com os outros. Pode haver diferentes visões, mas deve-se sempre guardar a unidade. Porque, se guardarmos a graça do todo, o Senhor reedifica mesmo lá onde nós não conseguimos” (23 de Setembro de 2021).
Ao iniciarmos um novo Ano Pastoral, quero juntar estas duas dimensões, sabendo e lembrando que a mais importante é sempre a ‘obra da evangelização’, a Missão pastoral da Igreja. As obras materiais só são importantes na medida em que contribuem e permitem uma melhor e mais eficaz realização daquela.
2. Num segundo momento, é importante recordar e informar que, para se chegar aqui, houve previamente algumas conversas com pessoas diferentes – para além do arquitecto – representando serviços da paróquia (catequese e escuteiros, por exemplo) mas também ‘conselheiros’ que ajudaram a uma melhor percepção e definição do que seria necessário e de como fazer (Engenheiro Jacinto e Presidente da Junta, por exemplo). Estas pessoas trouxeram uma primeira sensibilidade do sentir da paróquia, bem como as suas competências.
3. Daqui nasceu então a proposta de um Plano de Conjunto que engloba a igreja paroquial, um centro paroquial com salas de catequese e salão grande, secretaria e atendimento do pároco, mas também a casa paroquial e a sede dos escuteiros. E o Jardim Laudato Si’.
3.1. Pretende-se restaurar a igreja paroquial (muito urgente) e encontrar uma maneira de aumentar a sua capacidade, sem alterar a sua estrutura, reformulando necessariamente o espaço do presbitério. Pensar também num Baptistério mais condizente com a liturgia do Vaticano II. Acreditamos que tudo isto engrandecerá e dignificará a igreja-mãe da nossa paróquia de Santa Maria de Esmoriz. E é pela Casa do Senhor que teremos de começar.
3.2. Pretende-se construir, mais ou menos onde está o actual e em parte do terreno atrás da igreja, um Centro Paroquial com capacidade para fazermos bem a Catequese, mas também com a possibilidade de reunir, em momentos festivos ou formativos, um grande número de pessoas.
3.3. Pretende-se construir, no terreno ao lado da casa paroquial a Sede do nosso Agrupamento de Escuteiros. Este espaço, generoso, por agora ‘fechado’ e desaproveitado, ficará aberto e terá a ‘vida’ e vivência própria das actividades dos escuteiros. Por razões que muitos conhecerão, este será o primeiro passo.
3.4. A actual Residência Paroquial manterá essa valência, no último piso, mas, dada a sua dimensão, acolherá, na cave, a sede da Conferência Vicentina e servirá de apoio à Caridade e aos escuteiros. No piso intermédio, será uma biblioteca, como se fosse o ‘salão nobre’ da paróquia.
3.5. O ‘coração’ de tudo isto é o Jardim Laudato Si’, assim uma espécie de claustro. Pretende-se que seja, sobretudo, um espaço catequético que ajude todos, a começar pelos que fazem Catequese, a ver, compreender e aprofundar os desafios lançados pela Plataforma Laudato Si’ que o papa Francisco propõe à Igreja para os próximos sete anos e que fazem parte do anúncio do Evangelho.
4. Este ‘sonho’ resultante já de algumas conversas, foi agora contado a todos, para que muitos possam contribuir para o clarificar e tornar realidade. São bem vindas todas as perguntas e sugestões, para chegarmos, logo que possível, à proposta final.
4.1. Teremos ainda, naturalmente, de o apresentar ao nosso bispo diocesano que, através da Comissão Diocesana de Infraestruturas e Bens Culturais, terá de aprovar o Plano/projecto, avaliando a sua necessidade, qualidade e viabilidade.
4.2. Teremos também de apresentar o Plano/projecto à Câmara Municipal para o aprovar. E contaremos com naturalmente com a ajuda da Câmara, dentro das condições e regras estabelecidas.
5. Sabemos bem (o Conselho Económico da paróquia presidido pelo pároco) como o caminho será longo e exigente, mas acreditamos que vamos conseguir mobilizar e entusiasmar os esmorizenses por esta Obra que desenhará e marcará o centro da cidade, passe a imodéstia. A Casa Comum do título é a cidade, é a paróquia.
6. E sabemos também, com toda a consciência, que temos de pensar no financiamento deste Plano/projecto que queremos simples e ecológico, mas robusto, belo e vivido por todos.
7. A imagem que acompanha este texto sugere já uma hipótese de faseamento das obras.
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