Para podermos ser a 'Igreja em saída' que o papa Francisco, fiel a Jesus Cristo, nos pede, é fundamental a Formação da Fé (temos de saber sempre 'dar as razões da nossa fé') e a capacidade de dialogar com a sociedade e a cultura onde estamos situados. Hoje, o maior perigo da nossa Fé é tornar-se irrelevante, não ter nada a dizer, não ser capaz de interpelar ninguém, não trazer nenhuma luz aos homens e mulheres, mais jovens ou mais velhos, com quem partilhamos a vida. Queremos ter uma 'Palavra viva' a dizer na nossa cidade de Esmoriz.
Inédito: o Papa, o patriarca e o arcebispo juntam-se pela proteção da criação
Manifestação pelo Clima, na greve climática estudantil, em Lisboa, a 29 de novembro de 2019. Foto © Greve Climática Estudantil.
É um gesto único e inédito aquele que tiveram o Papa Francisco, o patriarca ecuménico de Constantinopla, Bartolomeu I, e o arcebispo de Cantuária, Justin Welby, ao assinarem uma mensagem conjunta para a proteção da criação — um termo que desde os anos 1990 faz caminho entre os cristãos no debate sobre as questões ambientais e ecológicas.
“Demo-nos conta que, perante esta calamidade mundial, ninguém está a salvo até que todo o mundo esteja salvo, que as nossas ações realmente afetam os outros, e que o que fazemos hoje influencia o que acontecerá amanhã”, lê-se no texto dos três responsáveis cristãos, divulgado esta terça-feira.
A mensagem convida a considerar a calamidade mundial como uma oportunidade, que “não se pode desperdiçar”. “Devemos decidir que tipo de mundo queremos deixar para as gerações futuras. Devemos escolher viver de forma diferente; devemos escolher a vida”, escrevem Francisco, Bartolomeu e Justin.
Papa Francisco e patriarca Bartolomeu I, em Jerusalém, em 2014. Foto: ניר חסון Nir Hason, CC BY-SA 3.0, via Wikimedia Commons.
Os três lembram que se maximizam os interesses do presente “às custas das gerações futuras” e apontam que se, por um lado, a tecnologia abriu novas possibilidades de progresso, por outro induziu a “acumular riquezas desenfreadas” com pouca preocupação com as outras pessoas ou com os limites do planeta. “A natureza é resistente, mas delicada. Temos a oportunidade de nos arrepender, de voltar atrás com decisão”, apontam.
A mensagem retoma várias vezes o conceito básico de que as mudanças climáticas não são apenas um desafio futuro, mas uma questão imediata e urgente de sobrevivência — já no presente. “Diante de uma profunda injustiça: as pessoas que sofrem as consequências mais catastróficas destes abusos são as mais pobres do planeta e foram as menos responsáveis por causá-las”, apontam.
Na mensagem conjunta dos três responsáveis cristãos destaca-se o pedido de “colaboração cada vez mais estreito entre todas as igrejas no seu compromisso com o cuidado da criação”.
“Juntos, como comunidades, igrejas, cidades e nações, devemos mudar de rumo e descobrir novos caminhos de trabalhar juntos para abater as barreiras tradicionais entre os povos, para parar de competir por recursos e começar a colaborar”, escreveram.
O Papa Francisco, Bartolomeu I e o arcebispo Welby convidam os líderes mundiais a rezarem antes da 26.ª Conferência das Nações Unidas sobre o Clima (COP26), que será realizada em Glasgow, de 1 a 12 de novembro próximo.
“Esta é a primeira vez que nós os três sentimo-nos compelidos a abordar juntos a urgência da sustentabilidade ambiental, o seu impacto na pobreza persistente e a importância da cooperação global. Juntos, em nome das nossas comunidades, apelamos ao coração e à mente de cada cristão, cada crente e cada pessoa de boa vontade. Oramos pelos nossos líderes que se encontrarão em Glasgow para decidir o futuro do nosso planeta e do seu povo. Mais uma vez, lembramo-nos das Escrituras: “Escolhe a vida, para que tu e a tua descendência vivam” (Dt 30:19). Escolher a vida significa fazer sacrifícios e exercer moderação.”
Retrato oficial do arcebispo de Cantuária, Justin Welby.
Foto: Roger Harris, CC BY 3.0, via Wikimedia Commons.
O projeto Nathanael inspira-se na personagem apresentada no primeiro capítulo do Evangelho de S. João (Jo1, 45-50). Nessa cena, Nathanael é apresentado por Jesus como alguém sem falsidade, sem fingimento, que procura de forma sincera e empenhada. O mesmo Jesus diz-lhe que o conhece desde que o viu debaixo da figueira. A figueira no contexto rabínico é a árvore da ciência no paraíso; é o símbolo do conhecimento seja na perspetiva crente – é debaixo da figueira que se estuda a Sagrada Escritura; seja numa perspetiva mais ampla – a figueira simboliza todo o saber, toda a ciência que procura a verdade sem dogmatismos, mas também sem preconceitos. O projeto Nathanael da paróquia de Esmoriz é um projeto que pretende aquela dupla perspetiva: ser um espaço de formação e aprofundamento da fé; e ser um local de encontro da fé com a cultura da nossa terra.
Assim o projeto Nathanael promoverá:
• Momentos de oração (na melhor tradição medieval da lectio divina) ao sabor da Palavra Dominical
• Momentos de diálogo (na melhor tradição socrática) ao sabor do ritmo litúrgico.
• Momentos de encontro com os outros saberes e as outras criações, sejam cristãs ou não (na melhor tradição joánica de que os diálogos de Cristo com Nicodemos e a Samaritana são momentos de superior inspiração para os atuais cruzamentos de caminhos).
Endereço eletrónico: nathanael@paroquiadeesmoriz.pt
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